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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Como Realizar uma Entrevista de Saída ?

A entrevista de saída, também conhecida como entrevista de desligamento, se trata de um diálogo franco e aberto entre um entrevistador, geralmente pertencente ao RH da empresa e um empregado que está se desligando ou sendo desligado por uma demissão.
O objetivo desta entrevista é permitir ao RH obter informações, idéias e percepções a partir da visão de alguém que está de saída da empresa sobre as relações humanas, clima organizacional, remuneração, benefícios, seleção, treinamento, comunicação, estilos das chefias, etc.

A entrevista de saída precisa ser feita com todos os empregados que saem da empresa, sejam, eles demitidos sem justa causa, ou com justa causa, e mesmo por pedidos de demissões ou por términos de contratos de experiência. Assim, pode-se coletar a opinião do empregado sobre os motivos que lhe levaram a ser demitido, assim, como as reais razões que levaram empregados a pedirem demissão.

A entrevista de saída ainda tem como objetivo fazer com que o empregado reconsidere as suas percepções negativas em relação à empresa de modo há ao menos reduzir as mesmas e melhorar a imagem da empresa.
 
 Imagem administrandovoce.blogspot.com
Dentro do possível, com alto bom senso, experiência e tato, pode-se ainda na entrevista de saída fornecer alguns detalhes do real motivo que levou o empregado a ser demitido, mas de modo objetivo a fim de não gerar maiores conflitos, isto ainda depende muito de cada situação e do perfil de cada empregado que sai e principalmente de uma alta dose de experiência do entrevistador para não piorar a situação. Na dúvida o ideal é se possível não ingressar em detalhes que levaram a empresa a lhe demitir, abordando isto somente se pelo entrevistado for perguntado e ainda assim com alta objetividade e bom senso.

A entrevista de saída deve ser realizada em local apropriado, uma sala reservada, com boa ventilação e iluminação e livre de interrupções. O agendamento da entrevista de saída deve dar imediatamente a seguir da comunicação de demissão ou pedido de demissão do empregado, preferencialmente para coincidir com o dia no qual o empregado retorne com sua carteira de trabalho e demais devoluções que fará ao Departamento Pessoal ou RH, evitando custos de tempo e deslocamento extras ao empregado.

Precisa-se para um maior sucesso da entrevista de saída em obter dados mais significativos, a conscientização do empregado que está saindo para a importância dela, para isto deve o entrevistador esclarecer ao empregado que o objetivo da mesma é lhe dar uma oportunidade de ser ouvido e de que a partir das suas idéias e percepções serem analisadas futuras melhorias na empresa e que a participação do empregado não afetará seu pagamento ou futuras referências profissionais, pois, a mesma será sigilosa e os dados apenas apresentados à diretoria via relatório (o relatório deve ser um resumo das abordagens, sem a presença de palavras hostis pro acaso citadas pelo empregado, por questão ética).

O entrevistador deve ter uma atitude imparcial, evitando qualquer crítica ao entrevistado, e anotando todas as críticas dele, mesmo que eventualmente hostis com respeito e sem rebater ou dar conselhos, salvo se pedidos pelo empregado. O entrevistador ainda deve ter uma postura de bom ouvinte e procurar obter o máximo de fatos e levar todas as críticas que o entrevistado apresenta para um lado construtivo.

A entrevista de saída precisa ser realizada de modo estruturado num roteiro com perguntas que abordem diversos itens da empresa como percepções sobre as relações humanas, clima organizacional, remuneração, benefícios, seleção, treinamento, comunicação, equipe de trabalho, processos de trabalho, recursos ou posturas das chefias, além de idéias que o entrevistado que está de saída queira deixar, assim como uma pergunta sobre o que ele acha da empresa em termos gerais. Alguns profissionais aplicam entrevistas livres, mas é menos comum.

Uma parte dos entrevistadores ao realizar a entrevista de saída, preenchem o formulário em frente ao empregado que sai sempre de modo fiel as suas posições colocadas, podendo, inclusive, pedir para que ele assine.

Em minha experiência com entrevistas de saída, percebi que as entrevistas livres quando aplicadas ocupavam uma posição muito genérica e informal, assim, as entrevistas estruturadas via formulário ficavam muito formais. Pesquisando diversos modelos e com leituras criei um modelo híbrido de entrevista de saída no qual consegui alcançar os resultados que eu buscava, inclusive, informações do clima organizacional e da rotatividade de pessoal da empresa.

O modelo que fiz foi criar um questionário com perguntas objetivas fechadas e outras dissertativas abertas, com uma breve introdução em seu cabeçalho o qual pedíamos que o empregado desligado ou que estava se desligando preenchesse e assinasse. A entrega se dava quando este retornava à empresa para devolver documentações finais ao RH da sua demissão alguns dias depois da mesma, pois, aí o empregado já havia digerido melhor a saída e normalmente estava mais calmo e menos triste o que favorecia uma maior ausência de emoção em favor da razão no preenchimento do questionário.

Findado o preenchimento, o empregado em seguida devolvia o mesmo ao RH, no caso eu próprio e a seguir nos reuníamos numa sala fechada na qual eu realizava uma entrevista livre e informal e em seguida abordava item a item da entrevista estruturada com ele, entendendo detalhes do que ali estava escrito e somando outros.

Nesta soma, o que chamo de modelo híbrido de entrevista de saída, pois, mesclo a entrevista livre com a entrevista estruturada, obtém-se as vantagens dos dois modelos e praticamente se anulam as desvantagens de cada um.

Para isto é importante quando se desenvolva o formulário da entrevista de saída, colocar nele uma breve introdução, que seja um modelo de fácil entendimento e rápido preenchimento, pois, isto facilitar o aceite do empregado para a participação. Além disto, deve-se ter o cuidado de no documento sempre citar apenas entrevista de saída e não de desligamento, pois, a palavra saída é mais branda. Inclusive, no diálogo com o empregado, deve-se ter no palavreado sempre o termo saída ao invés de desligamentopor estas mesmas razões.

Ao final da entrevista de saída deve-se despedir-se do empregado, desejar-lhe sucessos nos novos desafios e agradecê-lo pela participação. Findando isto, se faz um relatório da mesma com bom senso e palavras adequadas (omitir palavrões, substituir palavras agressivas por sinônimos, etc) e arquivar ou enviar para a diretoria se for padrão da empresa.

As informações das entrevistas de saídas precisam ser permanentemente tabuladas, tanto quantitativamente, como qualitativamente e integradas as informações das entrevistas de saídas passadas, assim, como receberem as informações das entrevistas de saídas futuramente realizadas. Com base nestas tabulações quantitativas e qualitativas, devem ser sempre criados e analisados os indicadores e trabalhadas todas as melhorias possíveis, principalmente as que reiteradamente se apresentam a cada entrevista de saída realizada.

Ainda que algumas das entrevistas de saída possam eventualmente não atingirem todos os seus objetivos em casos em que o empregado de saída se negue a falar ou participar da mesma, ela gera mesmo assim um maior respeito do empregado para com a empresa, pois, esta lhe deu o direito a ser ouvido.

Para os empregados que saem das empresas, quando convidados a participarem de entrevistas de saída, sugiro que participem, pois, isto pode permitir o alcance de melhorias para os colegas que ficam e ainda permite que você possa ser ouvido, ainda que a entrevista de saída na imensa maioria dos casos não mude a situação da demissão e nem é o seu objetivo principal. Porém, você pode deixar uma boa impressão ao RH e como alguém disposto a colaborar com as melhorias.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Técnicas de Treinamento I: TEAL – Treinamento Experiencial ao Ar Livre

O treinamento experiencial ao ar livre, muito conhecido sob a abreviatura de Teal, é uma técnica de treinamento usada por empresas principalmente para treinamentos comportamentais tendo como base o aprendizado vivencial pela experimentação real de situações.

Esta técnica treinamento que busca unir aprendizado, prática, integração, diversão e reflexão dentro de um único evento. Para isto os treinamentos são sempre grupais e permitem com sejam realizadas atividades que possibilitem ao grupo executar uma reflexão sobre os resultados obtidos fazendo uma comparação com a realidade prática de situações e problemas que vivenciam no dia à dia na empresa.
Imagem marasuassuna.blogspot.com
Normalmente os treinandos são levados para um sítio ou resorts que tenham estrutura para prática de arvorismo (caminhas sobre cabos aéreos e usar tiroleza), escaladas e caminhadas.  Nesta modalidade o instrutor é bastante participante, chegando a ocupar a função de facilitador permitindo maior autonomia aos alunos, mas sempre dirigindo as atividades e ao final delas gerenciando o resgate das ideias e a reflexão comparada à vida empresarial.

Existem diversos posicionamento sobre como aplicar um Teal, vou apresentar aos nobres leitores o meu:

-Planejamento: Ao se realizar qualquer tipo de treinamento, precisa-se de antemão sempre realizar um diagnóstico de necessidades de treinamento, o conhecido levantamento das necessidades de treinamento-LNT, por incrível que isto possa parecer, ainda hoje por vezes, presencio a falta disto, mesmo que com menor incidência que no passado, você jamais pode pensar e implantar qualquer técnica de treinamento, se sequer diagnosticou a necessidade de quem, quando, onde e por que precisará ser treinado. No Teal, isto é mais ainda importante, na medida que geralmente tende a se tratar de um treinamento caro, que envolve deslocamentos e estadia em hotéis. Então além de verificar se este tipo de treinamento contempla em sanar as necessidades apontadas no seu diagnóstico, você precisa verificar de antemão os custos dele, realizando orçamentos comparando o custoxbenefício, a estrutura dos locais e as datas disponíveis, tanto dos locais, como da própria empresa e por que não, dos próprios treinandos, pois, este treinamento normalmente ocorre em fins de semana ou feriados prolongados, logo, anunciar e mais que isto conscientizar a todos com antecedência é vital;

- Checagem do Local: Se possível oriento que você visite pessoalmente o local, se impossível, tire ao menos referências dele com outras empresas que usaram o espaço, veja fotos e vídeos do mesmo. Se ao oposto disto, você simplesmente deixar para conferir no dia, corre o risco de lá chegando encontrar uma estrutura inadequada e diferente da que lhe foi vendida;

- Segurança: O Teal normalmente oferece algum risco, você deve se antever a eles, é muito importante que o local conte com um guia e instrutor especializado, com certificados de capacitação reconhecidos (corpo de bombeiros, etc) para lhe assessorar, se não tive contrate um e o leve junto. Somado a isto você deve sempre optar por atividades que gerem menores riscos como caminhadas, escaladas e tirolezas apenas com cintos de segurança e mesmo assim com alturas bem moderadas em que uma eventual queda pouco dano ou nenhum dano ocasione, evitar águas profundas e mesmo assim sempre com coletes salva vidas, rafting jamais na minha opinião, pois, já percebi casos em que mesmo com reconhecidos e experientes instrutores acidentes com morte ocorreram.
Deve ser ainda proibido o consumo de bebidas alcoólicas para não abalar a lucidez, mesmo que subsidiadas pelo próprio treinando e mesmo após o Teal, para isto, de antemão você precisa negociar com o local vetando as bebidas alcoólicas. Caso algum treinando tome medicações, ele deve informar-se com seu médico antes se as atividades não lhe representarão riscos, pessoas cardiopatas também são contraindicadas para este tipo de treinamento, pois, existe sempre desgaste físico e uma alta dose de emoção. Também desaconselho a participação de menores de 18 anos. Por fim, sugiro que seja aplicado um questionário de declaração de saúde aos participantes, como normalmente muitas empresas já fazem nos preparativos para a implantação da ginástica laboral.

-Aprendizado: Este tipo de treinamento, assim como os demais deve propiciar o aprendizado aos treinandos, ou seja, uma conscientização que permita no mínimo uma reflexão de comportamentos até então adotados e a mudança dos mesmos por boa parte dos treinando através de conscientização e comparação de cada atividade realizada e seu resultado ao seu dia à dia;
-Prática, mas com Teoria: Neste tipo de treinamento ao oposto de boa parte dos demais, a prática tende a superar sempre a teoria, o que não é problema, desde que não haja total demasia nisto. Assim, sugiro que uma parte teórica seja fornecida aos treinandos de modo introdutório não muito longo, nem muito curto. Não como você querer trabalhar com êxito a formação de equipes direto na prática, se sequer introduziu aos treinandos a diferença entre um Grupo e um Equipe! Ou trabalhar liderança, sem explicar a diferença de um Líder e de um Chefe.

 -Integração: O Teal por si só já tende a integrar as pessoas, torná-las mas próximas pela necessidade de vencerem juntas um desafio, use bem isto, pois, aproximando as pessoas, você favorece o surgimento de equipes e de um melhor clima organizacional na empresa. Para isto desmanche as panelas, mesmo involuntárias, primeiro peça para o grupo se formar, nem preciso dizer que a maioria o fará por intimidade com conhecidos. Aí você deve desformar os grupos tirando cada de um, você conseguirá fazer uma mistura. Havendo tempo e número de atividades você pode ainda formar grupos interativas, onde a cada atividade uma pessoa de cada grupo vá sendo trocada de modo com que todas  ou a maioria delas passe por grupos distintos;
-Diversão: A diversão sempre estará presente no Teal, pois, neste tipo de treinamento sempre existem emoções e desafios, permita a mesma, mas tenha cautela para que não passe dos limites fazendo com que o treinamento vire apenas uma brincadeira, mantenha com educação e bom senso as rédeas do grupo. Não abra espaço para que ocorram brincadeiras de mau gosto, apelidos e deboches, isto além de tirar o foco do treinamento, pode gerar conflitos que colocarão todos os resultados por terra;

-Preparação Prévia das Atividades: As atividades devem ser preparadas antecipadamente e todas devem ter em mente uma competência a ser trabalhada e que possa ser resgatada via reflexão sobre o resultado pelo grupo. Se você diagnosticou que precisa desenvolver equipes, pode por exemplo, ter uma atividade grupal em que todos precisam superar um obstáculo, isto fará com que os mais fortes e destemidos ajudem os mais fracos e que estes também aceitem tal ajuda;

-Reflexão: Após o término de cada atividade faça um resgate do aprendizado através da abertura de um espaço para reflexão grupal, direcione e aguce o grupo a falar, como se sentiu, por que alcançaram ou não o resultado, o que isto tem haver com a vida empresarial deles. Participe juntamente, endosse, melhore ou se necessário, até mesmo corrija o que eles falarem, mas com alto tato, política e bom senso.

Enfim existem inúmeras atividades que você pode aplicar num Teal, o que importa é que você primeiro a partir do LNT verifique que competências desenvolverá nos treinandos e a partir delas identifique qual a atividade mais adequada e qual a forma com que você fará o resgate da mesma.