Algumas pessoas sugerem que
para se ter liderança basta aprofundar os seus estudos sobre o tema e outras
acham que a liderança é apenas algo nato de cada indivíduo. Mas o grande
diferencial é que a liderança é uma competência e sendo uma competência somente
tem sentido se for mobilizada.
Assim, a competência liderança
não se desenvolve apenas intelectualmente através de um curso de formação ou
pela leitura atenta de bons livros sobre o assunto. Mas a liderança é bem mais
do que isto por ser uma competência, é prática e com isto exige movimentos do
profissional que a detém, ou seja, é uma competência que para existir precisa
verdadeiramente e ser exercida no cotidiano.
Esta prática consiste em saber
quando e como falar, saber ouvir o outro, ter um bom relacionamento
interpessoal com as demais pessoas, ter empatia, ser cooperativo, confiável e
conselheiro, pois tudo isto contribui para o alcance da liderança e somente
assim o líder consegue influenciar as pessoas, uma vez que, elas reconhecem
nele estas qualidades e dignidades. Logo, ter liderança é também uma questão de
dignidade e de caráter para se ser um bom líder, pois sem isto, ainda que
alguns consigam liderar, são maus líderes, os chamados líderes negativos que lideram
os times apenas para a trajetória do mal, como foi a liderança de Adolf Hitler
por exemplo.
Liderar é ainda exercer o
equilíbrio de se ter um bom relacionamento com as pessoas ao mesmo tempo em que
se faz o acompanhamento dos resultados delas em favor da empresa. Por melhor
que você se relacione com as pessoas isto isoladamente não significará que você
é um bom líder, ainda mais se deixar de lado a busca pelo alcance de bons
resultados da equipe, o equilíbrio deste bom relacionamento com o eficaz acompanhamento
destas pessoas para os bons resultados é que fará a diferença da sua positiva
liderança.
Assim, os melhores pais não são
aqueles que deixam seus filhos totalmente livres, ainda que sejam com eles
carinhosos, e nem aqueles que sejam rígidos em demasia, nutrindo ou não
carinho. Os melhores pais são sim aqueles que fazem tudo isto com equilíbrio,
estes últimos sim servem de exemplo de lideranças positivas.
O célebre James Hunter, autor
do best-seller americano o Monge e o Executivo, livro de liderança o qual já li
e recomendo a todos a leitura, destaca o papel o Líder Servidor, que é aquele
que se importa com as pessoas, que faz cobranças e dá feedbacks para elas
porque quer o bem delas e da equipe, e não apenas de si próprio. O Líder
Servidor não utiliza do seu poder para ordenar "faça o que eu mando",
mas sim usa da sua autoridade, fruto da sua influência conquistada sobre o seu
liderado para que ele faça o que ele pede.
Enquanto, o poder é passageiro,
visto que, ele depende de uma delegação formal, através de um posto de comando,
de um poderio econômico ou mesmo da força, a autoridade se bem exercida é
vitalícia. Assim, por exemplo, um bom líder pode até perder o poder sobre os
seus atuais liderados quando sair do seu posto formal de comando, mas jamais
perderá a autoridade sobre eles.
Falando nisto podemos
lembrar-nos de uma cena do famoso filme Gladiador, aonde general romano
Maximus, mesmo depois de preso pelo seu inimigo e já destituído do seu poder,
não hesitou em afirmar com convicção que seus homens lhe seguiriam quando
ouvissem a sua voz, tudo isto porque ele tinha autoridade sobre eles.
Percebe-se com clareza noutra cena do filme, quando Maximus quando ainda
general passa por entre seus homens que estes não apenas o respeitam, mas
também o admiram pela sua autoridade, ainda que naquele momento ele detinha em
paralelo o poder.
O líder servidor tem autoridade
sobre os seus liderados, pois ele os conhece bem, lhes apoia, convive com eles,
não fica isolado numa sala distante sem ao menos visitá-los em seus
departamentos e os ouve habitualmente, não cria barreiras de contato,
compartilha informações e também administra os conflitos, ao invés de apenas
evitá-los.
No mesmo filme citado, vemos o
general Maximus não apenas liderando a batalha contra os bárbaros germânicos,
mas exemplarmente lutando contra eles juntamente com seus soldados-liderados.
Logo, o líder luta junto com a sua equipe, trata-se de um trabalho e de uma
proteção coletiva, onde todos se apoiam e se protegem, tendo é claro a ética o
respeito em primeiro lugar. Enfim, o bom líder dá o exemplo de bom desempenho e
coragem para vencer os desafios.
Assim, entendo que a liderança
por ser uma competência que pode ser desenvolvida, mesmo em pessoas que com ela
não nasceram, desde que se tenha vontade de ser um líder e se esteja
conscientizado da forma para isto, mobilizando ainda a mesma. Também entendo
que alguns indivíduos são privilegiados e já nascem com instinto de líderes,
mas a diferença reside em que estes apenas tendem a alcançar a liderança de uma
forma menos complexa que os demais, mas que ainda assim, igualmente, também
precisam se desenvolver.
Em resumo todos nós seres
humanos devemos estar sempre propensos a nos desenvolver continuamente e, em
paralelo, mobilizarmos este desenvolvimento pondo-o em constantemente em
prática.
OBS: Esta postagem minha também publiquei em 14/04/2015 em: http://www.rh.com.br/Portal/Lideranca/Artigo/9760/a-lideranca-como-competencia.html
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