Nobre leitor, você inicialmente
pode achar que este tema seja desinteressante ou aplicável apenas aos
profissionais de empresas, porém, posso
lhe garantir desde agora já no começo da leitura que independente da condição
que você ocupa: Profissional de RH, Trabalhador, Empresário, Estudante ou jovem
leitor, tenho a plena convicção de que você poderá enriquecer os seus
conhecimentos com esta leitura e me darás razão ao findar a leitura da mesma.
Para aqueles que já dominam o
tema, no avançar do texto, tenho certeza que de que ao menos aprofundarão o
conhecimento, inclusive, por que discutiremos que as gerações não se dividem
apenas por idades com alguns defendem, mas por outros fatores que serão
explicados adiante e que não podem ser uniformizados. Quanto aos demais
leitores, este texto poderá ajudar a entender os comportamentos entre as
pessoas das diferentes gerações, principalmente, no mercado de trabalho, seja
na condição de empregados, os chamados colaboradores nas empresas, seja na
condição de chefes.
Nestes últimos anos muito se fala
sobre a divisão das pessoas a partir de categorias separadas por gerações que
buscam separar e uniformizar as tendências de comportamentos das pessoas de
acordo com cada grupo de gerações segundo os anos de nascimentos de cada grupos
delas.
Aos profissionais de RH, cabe
estarem atentos a estes estudos que são muito úteis para o desenvolvimento das
estratégias de recursos humanos em prol do bom convívio e da produtividade
empresarial entre as diferentes gerações.
Porém, é de suma importância que
os profissionais de RH entendam que tais gerações e seus respectivos
comportamentos são apenas tendências, não se podendo em hipótese alguma
uniformizar um pensamento de que as literaturas sobre o tema apontam realidades
sólidas e indiscutíveis sobre comportamentos humanos em cada geração.
É temerário agir-se
genéricamente, crendo que alguém simplesmente por se enquadrar em uma
determinada geração, terá um comportamento idêntico aos demais membros da mesma,
quando na realidade o máximo que se pode ter como provável, e, portanto, nem
mesmo certo, é de que o comportamento deste no máximo se assemelhará a maioria
dos pertencentes à uma certa geração.
As próprias literaturas sobre as
gerações não apresentam consensos em todos os seus estudos, principalmente no
que se referem às datas que dividem cada geração por anos de nascimentos.
Recentemente presenciei a defesa
por uma colega de curso da sua dissertação de mestrado em educação no qual
também sou aluno, onde chamou-me muito a atenção além do tema e da boa
apresentação dela, na qual, inclusive, foi aprovada pela banca de professores
de avaliação, a apresentação sobre a posição dos autores Oliveira, Piccinini e
Bitencourt (2011).
Estes autores endossam um pensamento
que eu já defendia e que fecha com a idéia defendida nesta postagem, segundo os
mesmos autores o marco cronológico, ou seja, os grupos de datas de nascimentos
das gerações em separado, consiste em um simples ponto referencial, não podendo
ser utilizado como delimitador das formas de agir de um grupo etário, ou seja,
pode até apontar algumas tendências comportamentais, mas jamais a uniformização
de tais comportamentos.
Os autores ainda definem que “Considerar que
todos os jovens que nasceram em determinado período pertencem a um único grupo
como tem sido caracterizada a Geração Y é esquecer as diferenças regionais e
desigualdades sociais da juventude brasileira”.
Aprofundando-me ainda mais no
pensamento dos autores que endossam a minha opinião, em pesquisa realizada li a
obra realizada pelas autoras Cíntia Medeiros e Regina Ogusku em um seminário,
que consta postado no endereço eletrônico na internet, http://www.ead.fea.usp.br/semead/15semead/resultado/trabalhosPDF/55.pdf.
Neste trabalho realizado pelas
duas pesquisadoras constato novamente que os próprios autores citados ainda alertam
sobre o equívoco causado pelo fato do conceito de geração Y ter sido juntado aos
estudos no Brasil sem levar em consideração a contextualização das
características dessa geração no país, pois, a realidade de cada nação é
diferente.
Segundo os autores citados
existem estudos que apontam
para a existência de diferenças entre as juventudes, principalmente em relação à
qualificação, oportunidades e dificuldades na inserção no mercado de trabalho.
Os autores defendem, ainda, a idéia de que “Alguns poderiam se enquadrar neste
perfil [da geração Y], mas trata-se de uma minoria frente à grande maioria de
jovens que, apesar da existência de redes sociais, internet, enfim tecnologias
que deveriam aproximá-los deste modelo, por vezes reforçam a distância que se
pretende eliminar”.
Após estas leituras de pesquisas
e de pareceres de autores estudiosos no assunto sobre a geração Y no Brasil,
entendo, que agora que o meu ponto de vista esteja fundamentado em pilares de pesquisas,
o que me faz crer agora com ainda mais profunda segurança que tal ponto de
vista, realmente se trata de minha posição fundamentada e não uma idéia sobre o
assunto.
Ou seja, minha posição é de que
universalizar o conceito das gerações, inclusive, da geração Y, se trata de um
verdadeiro erro, pois, desconsidera as diferenças regionais, sociais e
culturais de cada país, não se podendo, portanto, uniformizar os comportamentos
de cada geração.
No entanto, entendo que devemos
tratar os estudos das gerações como tendências sem universalização, ou seja,
sem uma uniformização rígida, e sob este olhar definirmos estratégias de
recursos humanos consistentes para o bom convívio entre as mesmas. Jamais fui
contra os conceitos das gerações, mas tão somente à uniformização rígida na
interpretação do deles em termos de comportamentos, pois, é indiscutível que muitos dos estudos por estes
conceitos trazidos tem aplicação prática.
Fechada a fundamentação da minha
posição sobre o conceito das gerações, vamos agora abordar o tema a partir de
estudos que vem sendo realizados. Para se entender de como trabalhar com o
conceito das gerações nas estratégias de RH, além da questão de tratá-las como
tendências e não como uniformizações, precisamos nos ater a entender a
diferença existente entre elas.
Segundo os estudos as gerações
podem ser divididas em grupos separados por períodos de nascimentos dos
ocupantes de cada geração.
Não existe um consenso universal
na literatura que padronize os anos de divisão de cada uma das gerações, mas
sim de que não haja uma grande distância entre eles. Para isto, estarei usando
a abaixo a divisão proposta pela Ateliê Pesquisa Organizacional retirada de um
texto que li quando participei de meu MBA em gestão de pessoas.
No entanto adaptei em parte da
pesquisa a minha linguagem incluindo nela a geração Z, que vem mais
recentemente sendo conceituada e pesquisada.
Nascidos
nos Anos
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Chamados
de Geração:
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Principais
Comportamentos em uma Empresa
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Até 1945
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Tradicionais
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Gerações que passaram pela 2ª Guerra Mundial,
sobreviveram e ajudaram a reconstruir o mundo. São práticos, dedicados,
gostam de hierarquias rígidas, ficam bastante tempo nas mesmas empresas e sacrificam-se
para atingir seus objetivos.
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1946 a 1963
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Baby Boomers
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São os filhos do pós-2ª Guerra Mundial que
lutaram pela paz, não passaram pelo mundo destruído como a geração
anterior, e, mais otimistas puderam pensar
em valores pessoais e boa educação para os seus filhos. Tem relações de amor
e ódio com os superiores, são focados e preferem agir em consenso com os
outros.
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1964 a 1979
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Geração X
|
Vivenciaram uma maior qualidade de vida e de
liberdade no trabalho e nas relações. Podem usar das tecnologias de
comunicação para tentar equilibrar a vida pessoal e o trabalho. Mas como
enfrentaram crises do desemprego, também se tornaram céticos e
super-protetores.
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1980 a 1994
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Geração Y ou Geração Millennials (Geração do Milênio)
|
Num mundo relativamente estável cresceram em uma
década de valorização intensa da infância, com internet, computador e
educação mais moderna que as gerações anteriores. Ganharam auto-estima e não
se sujeitam a atividades que não lhe fazem sentido em longo prazo. Sabem
trabalhar em rede e lidam com autoridades como se eles fossem um colega de
turma. Se adaptaram bem a chegada das tecnologias.
|
A partir de 1995
|
Geração Z (não faz parte da pesquisa, inclui por
outros autores)
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É uma geração que cresceu juntamente com as
tecnologias sendo cada vez mais digital, é extremamente familiarizada com as
tecnologias. É adepta ao acesso constante e intenso à internet não só através
der computadores convencionais, como também, por tablets, telefones celulares
convencionais, ipods, ao manuseio de arquivos MP3, vídeo games de última
geração. Participam super ativamente de redes sociais como facebook, myspace
e twitter. Tendem a ter um pensamento excessivamente rápido e objetivo e ter
capacidade para fazerem várias atividades ao mesmo tempo.
|
A pesquisa citada aponta um
cenário mundial que tenta universalizar os comportamentos humanos conforme cada
uma das gerações, o que discordo, no entanto, usando estas como apenas tendências
comportamentais podemos assim usar a mesma na prática profissional.
Um cenário ideal seria no mínimo
adaptarmos a pesquisa ao cenário brasileiro, e até quem sabe ao cenário de cada
estado ou mesmo de cidades do Brasil, mas ainda existem muitas carências de
estudos neste sentido, e assim, devemos nos basear pelas características
mundiais até que futuramente evoluam as pesquisas mais regionalizadas.
Um erro grave de interpretação
das gerações que tenho presenciado com grande constância, inclusive, por parte
de alguns profissionais de RH, é de se caracterizar as gerações de acordo com a
idade de cada pessoa, trata-se de um erro grotesco, pois, as gerações não
mudam, são inflexíveis dentro de cada grupo.
O fato de você fazer aniversário nunca lhe tirará da geração a que você
pertence, pois, os grupos de geração são classificados por anos e não por
idades.
Assim, uma geração nunca retorna
para traz e nem avança para frente por idade, mas sim, se mantém sempre eternamente
dentro de um mesmo grupo, o que realmente ocorre é que surjam futuramente
outros grupos, como é o caso do grupo da geração Z que surgiu mais recentemente
e que acrescentei no trabalho da pesquisa.
Definir as gerações por idades
nos levaria ao absurdo de achar que alguém da geração X ao ficar mais idoso, um
dia simplesmente se enquadraria na geração tradicional, algo incoerente, pois,
jamais ele teria vivenciado os fatos daquela época como a 2ª Guerra Mundial por
exemplo.
Enfim, o que define a
característica de uma geração não é a idade que, inclusive, muda anualmente com
o aniversário das pessoas, mas sim o ano de nascimento e por conseqüência os
acontecimentos sociais, políticos, econômicos e mundiais daquela época.
A seguir segue um quadro
comparativo que eu mesmo montei sobre algumas das maiores tendências
comportamentais humanas que diferenciam os profissionais que pertencem ao grupo
da geração X e Y (também conhecida como Geração Millennials), segundo leituras por mim realizadas.
Principais
Diferenças entre algumas das maiores Tendências comportamentais das Gerações X e Y nas
relações de trabalho
|
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Geração
X
|
Geração
Y ou
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Valorizam o trabalho duro muitas vezes abrindo
mão da qualidade de vida.
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Valorizam o trabalho adequado que permita
compatibilizar o mesmo com a qualidade de vida.
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Valorizam a segurança no emprego.
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Aceitam novas oportunidades profissionais, mesmo
que nem sempre seguras.
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Fidelizam a empresa querendo ficar numa única por
muitos anos.
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Fedelizam a empresa enquanto esta estiver de
acordo com as suas expectativas e não hesitam em fazerem trocas independente
do tempo quando isto não ocorre.
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Aceitam moderadamente a inovação.
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Buscam rapidamente a inovação.
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Tem paciência para lidar com ritmos lentos de
trabalho e de tomadas de decisões.
|
São impacientes para lidar com ritmos lentos de
trabalho e de tomadas de decisões.
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Aceitam mais moderadamente o trabalho em equipe.
|
Aceitam mais rapidamente o trabalho em equipe.
|
São moderadamente competitivos.
|
São bastante competitivos.
|
Aceitam um ritmo moderado para ascensão
profissional.
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Aceitam apenas um ritmo rápido para ascensão
profissional.
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São muito meticulosos.
|
São muito versáteis.
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Tendem a ser mais conservadores usando as
experiências do passado para gerar maior segurança.
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Tendem a ser mais agressivos preferindo
substituir as experiências do passado por desafios mesmo que os ponham em
situações que reduzam a segurança.
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Aceitam hierarquias rígidas.
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Aceitam apenas hierarquias flexíveis.
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Aceitam a criatividade moderada.
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Buscam plena criatividade.
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Conhecem a Tecnologia conforme as suas necessidades.
|
Conhecem as tecnologias acima das suas
necessidades.
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São moderadamente comunicativos.
|
São excessivamente comunicativos.
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São realistas quanto ao tempo e quanto a realidade
cada situação.
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São imediatistas e excessivamente autoconfiantes.
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São menos ambiciosos.
|
São mais ambiciosos.
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Comunicam-se mais pessoalmente ou por telefone.
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Comunicam-se mais por e-mails e por comunicadores
instantâneos.
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São menos objetivos e indiretos na comunicação e
usam palavras completas.
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São mais objetivos e diretos nas comunicações e
usam palavras abreviadas.
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São menos questionadores.
|
São muito questionadores.
|
Tem desejo moderado de subirem na carreira.
|
Tem desejo agressivo de subirem na carreira.
|
Assim cabe aos profissionais de
RH entenderem bem a todas estas tendências e criarem estratégias de recursos
humanos consistentes para o bom convívio e a real produtividade nas relações de
trabalho entre as diferentes gerações dentro de uma empresa.
Segundo alguns destes estudos
feitos nas empresas dos Estados Unidos pela CIO(EUA), a geração Y tende a agir
como se salários altos, promoções rápidas e horários de trabalhos flexíveis não
fossem um benefício das empresas, mas sim um direito desta geração.
Esta geração tende a se envolver
em conflitos com as demais gerações anteriores, principalmente, pelas
diferenças do estilo de comunicação, pois, são mais objetivos e diretos nas
suas palavras, sendo muitas vezes vistos como grosseiros.
As diferenças de expectativas com
relação às gerações anteriores, também é um ponto de discórdia, pois, a geração
Y é mais questionadora de seus direitos, sendo muitas vezes vista como
insubordinada, e tem uma impaciência maior com a lentidão, reivindicando ações
mais rápidas nas estratégias das empresas, principalmente no que se refere à
tomada de decisão e a gestão de carreiras.
Outro fator importante, é que os
trabalhadores pertencentes à geração Y facilmente pedem demissão de uma
empresa, caso não vejam nela a possibilidade de alcance de suas expectativas,
não hesitando em abrir mão dos direitos trabalhistas de uma demissão normal.
Este fator aumenta a rotatividade empresarial.
Esse conflito entre geração Y
para com as demais gerações anteriores se não prevenido, e se sequer
administrado, com certeza leva as empresas a consideráveis perdas de
produtividade e a um mau clima organizacional.
Com o avanço das relações de
trabalho, a maioria das empresas vem precisando contar com colaboradores
oriundos de diferentes gerações, não sendo possível contar com apenas
colaboradores de uma única geração em seu quadro funcional, o que mesmo que
ocorresse não significaria um avanço de produtividade pela suposta redução de
conflitos, mas sim, numa pobreza de idéias e experiências resultantes de um
time sem a diversificação da composição por profissionais de diferentes
gerações.
Então como criar estratégias de
RH que permitam um bom convívio entre as diferentes gerações e que possam
colher os resultados positivos da soma delas? É uma questão que embora de
complexa aplicação, é perfeitamente possível num RH estratégico.
Vamos a elas, que caberão ao
profissional de RH liderar e promover:
- Realizar periodicamente
capacitações sobre as gerações e as suas diferenças, envolvendo times de
empregados de cada uma delas, isto fará com que a maioria se conscientize e
aprenda a lidar com a diferença de cada um;
- Trabalhar cada geração a partir
das constantes capacitações sobre a melhor forma de lidar com cada geração
diferente, abrangendo, entre outros assuntos, principalmente o estilo de
comunicação e de expectativas;
- Utilizar nas capacitações
diferentes metodologias de treinamento e de desenvolvimento de pessoas,
misturando aulas expositivas dialogadas mais aceitas pelas gerações anteriores
à geração Y, como também o TEAL, treinamento experiencial ao ar livre e o EAD –
ensino à distância mais aceitos pela geração Y, assim como dinâmicas de grupos
que já vem sendo aceitas por ambas gerações.
Procurar sempre que possível realizar turmas mistas de cada geração para
favorecer a integração entre elas e criar maiores laços afetivos;
- Implantar na empresa um plano
de benefícios flexíveis que permita que cada empregado faça algumas escolhas
dos benefícios que lhe interessa, pois, ao passo que um seguro de vida tenda a
ser menos importante para um empregado da geração Y, para os empregados das
demais gerações anteriores tende a ter uma maior importância pela segurança que
traz;
- Desenvolver na empresa um
programa de gestão por competências, assim, a velocidade do alcance das
competências para futuras promoções dependerá da rapidez e interesse de cada um
e de cada geração, pois, na gestão por competências o empregado também imprime
a velocidade que quer a sua carreira a partir da participação em capacitações e
no ensino formal. Assim os empregados podem não só ascenderem
profissionalmente, quanto salarialmente de acordo com o alcance de suas
competências;
- Implementar na empresa uma
política que favoreça o horário flexível, desde que o empregado atinja a
produtividade imposta pela empresa, isto, pode ser dar, inclusive, de forma
legal por meio da adoção do sistema de banco de horas acordados com o sindicato
profissional;
- Criar uma política de
comunicação corporativa que misture o uso de diferentes canais de comunicação
pelo uso de e-mails, comunicadores instantâneos como o skype, por exemplo,
intranet e site, preferidos pela Geração Y, com folders, murais e jornais
informativos como preferem as demais gerações anteriores;
- Nas áreas em que for possível
permita o trabalho remoto, por exemplo, à domicílio por conexão à internet;
- Inovar constantemente as
tecnologias da empresa, mantendo softwares
atualizados, microcomputadores e impressoras avançadas e em paralelo a isto realizar
programas de capacitação para uso destas tecnologias pelos empregados,
principalmente os das gerações anteriores à geração Y e Z;
- Fazer com que o diálogo seja a
primeira regra dentro da empresa para administrar um conflito e sempre tentar
prevenir conflitos, assim como evitar a sua repetição solucionando a raiz dos
problemas;
- Favorecer um ambiente de
trabalho que permita desafios profissionais e chances de ascensão profissional,
criando-se um plano de carreira na empresa;
- Realizar intensa capacitação e
desenvolvimento das lideranças sobre como lidarem os membros da geração Y e Z;
- Criar um plano de idéias que
reconheça, premie e implante as idéias viáveis que reduzam custos, desperdícios
e que aumentem a produtividade e as vendas;
- Elaborar programas de retenção
de talentos com estratégias de endomarketing, gestão do clima organizacional e
de planejamento e monitoramento constante das políticas de remuneração e de
benefícios, mantendo no mínimo a compatibilidade com o mercado;
- Se possível eliminar as paredes
dos escritórios deixando o ambiente mais amplo, igualitário e favorável ao
diálogo, incluindo, na mesma sala tanto chefias, como subordinados e
estagiários;
- Deixar a hierarquia mais
flexível e dentro de uma política de portas abertas ao diálogo igualitário;
- Atualizar-se constantemente
sobre as novas tendências comportamentais das gerações, e ver estas sempre como
apenas tendências e não como uma regra absoluta onde todos os comportamentos
dos ocupantes delas fossem universalmente iguais.
Entendo que com estas dicas e num
espírito de RH estratégico seja perfeitamente viável estabelecer condições que
favoreçam uma boa convivência entre as diferentes gerações, com redução de
conflitos e com um notável aumento da produtividade, assim como uma redução
rotatividade pessoal, especialmente, dos profissionais pertencentes à geração
Y.
Além disto, os profissionais de
RH já devem começar de imediato a se preocuparem com a recente chegada de mais
uma geração ao mercado de trabalho, a geração Z que já nasceu e cresceu com os
avanços da tecnologia e com o contato direto com ela e com a internet.
Esta uma geração marcada pela inserção
digital, pois, ao oposto geração Y que aprendeu a conviver bem com a
tecnologia, estes já nasceram convivendo com ela.
Aos pertencentes das gerações anteriores às gerações Y e Z, cabe aprenderem a conviver com ela, inclusive, não só aceitá-las, como também aprofundar cada vez mais os seus conhecimentos, principalmente, tecnológicos evitando de ser tratado com um dinossauro (antigo) no mercado, nos conhecimentos tecnológicos e no convívio com as diferentes pessoas.
Aos pertencentes das gerações anteriores às gerações Y e Z, cabe aprenderem a conviver com ela, inclusive, não só aceitá-las, como também aprofundar cada vez mais os seus conhecimentos, principalmente, tecnológicos evitando de ser tratado com um dinossauro (antigo) no mercado, nos conhecimentos tecnológicos e no convívio com as diferentes pessoas.