Embora o tema Liderança seja um
assunto sempre atual, as pesquisas sobre o tema já vem acontecendo a bastante
tempo, e assim, este assunto vem evoluindo constantemente ao longo de vários
anos.
Liderança nada mais é do que uma competência
para influenciar as pessoas na busca por um objetivo de modo voluntário, e
nesta ótica, tais pesquisas, geraram diversas Teorias sobre a Liderança, que apesar
de diferentes, se complementam entre si, ou seja, todas estão corretas quando
tratadas em conjunto.
Assim, cada pessoa que ocupe uma
posição de Líder deve entender de todas as Teorias e aplicá-las em conjunto de
acordo com cada situação específica e de acordo com cada perfil de liderado,
então vamos agora tratar das principais Teorias de Liderança, iniciando pelas
Teorias Tradicionais.
A primeira Teoria de Liderança
foi desenvolvida no começo do século XX e vigorou até em torno de 1940, é
chamada de Teoria dos Traços e tem origem em Testes Psicológicos da época, os quais concluíram que a pessoa para
liderar precisava apresentar algumas qualidades universais que já nasciam com
cada ser humano vocacionado a ser um líder, ou não líder pela ausência delas,
assim, cada pessoa já nascia com as competências para liderar ou não, e estas
eram universais, ou seja, padronizadas, onde todos os bons líderes teriam as
mesmas características.
Na Teoria dos Traços, quem era
predestinado a ser líder, tinha uma competência inata de Liderança, enquanto as
demais pessoas não predestinadas não, além disto, para esta Teoria a
competência de Liderança nunca poderia ser desenvolvida em pessoas que não
nascessem Líderes, enfim nessa Teoria a Liderança era vista como algo que não
poderia ser desenvolvido a partir de treinamentos, experiências profissionais
ou quaisquer outras técnicas.
Imagem Jesus Cristo |
Apesar das críticas, sabe-se que
algumas pessoas nascem líderes, e por conta, já exercem a Liderança sobre os
demais, muitas vezes, até de modo inconsciente e natural, atuando com capitães
de times de futebol desde a infância, liderando trabalhos em grupo nas escolas
e universidades, etc. Outras que não nascem líderes, tendem a ficar passivas,
mas como veremos em outras Teorias, poderão ser desenvolvidas para a Liderança
a partir de Treinamentos e outras ações. Na esfera religiosa e histórica, Jesus Cristo é um perfeito exemplo de um Líder que se enquadrou na Teoria dos Traços, em relação a ter nascido para liderar.
No entanto, a Teoria dos Traços
não vigorou como única Teoria por muito tempo, e a seguir, novas pesquisas
levaram à conclusão de que a Liderança é algo que pode sim ser desenvolvido,
gerando-se a Teoria Comportamental desenvolvida por Fiedler, que buscou entender o comportamento dos
Líderes mediante duas grandes e inovadoras pesquisas feitas nas Universidades
de Ohio e de Michigan nos Estados Unidos, onde foi constatado que os Líderes
possuem sempre dois tipos de diferentes de comportamentos, sendo um voltado
para às Pessoas e o outro voltado para as Tarefas.
A partir disso, pode-se se
definir também, três estilos de Liderança, um é o Estilo de Liderança
Autocrático, no qual o líder é arbitrário e toma as decisões sozinho e
interfere no grupo de subordinados de modo mais constante e intenso, e o outro
é o Estilo de Liderança Democrático, onde ao oposto do estilo anterior, o líder
é participativo e divide as tomadas de decisões com os seus subordinados,
dialogando com eles sobre a melhor decisão a tomar e interferindo no grupo
apenas de forma periódica e mediana. Já o último Estilo de Liderança é o
Liberal, também conhecido pela palavra de origem francesa Laissez-faire, no
qual o Líder é praticamente nulo e omisso, deixando o grupo de subordinados por
conta, sem quase, ou mesmo nenhum exercício de Liderança. Na prática se vê
diversos exemplos destes três Estilos de Liderança.
Porém, criticou-se que a Teoria
Comportamental, foi estruturada sem levar em consideração o comportamento e as
ações dos Liderados e o Ambiente da empresa onde a Liderança era exercida, mas
somente em cima da comparação entre os comportamentos dos Líderes.
Na prática há empresas que prezam
por um modelo comportamental para os seus Líderes, buscando padrões de Liderança,
desde de avaliações psicológicas feitas no Recrutamento e Seleção, como também
em Programas de Treinamento e Desenvolvimento feitos nestas empresas para seus
Líderes.
A partir disto, surgiu a Teoria
Contingencial, mais conhecida como Teoria Situacional desenvolvida por Paul Hersey e Ken Blanchard nos anos 70, que é uma Teoria que
buscou identificar e entender como os diversos e diferentes fatores situacionais
impactam no exercício da Liderança, no que se refere às pessoas e ao Ambiente
da empresa. A lógica que levou ao estudo da Teoria Contingencial, é de as
pessoas são sempre diferentes e quando lideradas também, assim, como as
situações e as condições de cada Ambiente onde se exerce a Liderança sofrem
variações.
Portanto, a forma de liderar pode
ser adequada para uma certa situação ou para um certo perfil de pessoa
liderada, mas inadequada para outra situação ou pessoa liderada, pela variação
constante que os diversos e diferentes fatores sofrem, tanto em relação ao
comportamento de cada pessoa, que muda não apenas de pessoa para pessoa, como
também nas próprias pessoas, e quanto ao ambiente da empresa, ou mesmo setor, onde
a Liderança é exercida e o tipo de situação que a abrange.
Trata-se de uma Teoria que na
prática ocorre por exemplo, quando um Líder age de forma autocrática ao
determinar tarefas para um liderado jovem e inexperiente, como um estagiário ou
aprendiz que esteja no início da carreira em uma empresa com processos difíceis
e complexos, no qual o subordinado não tenha ainda segurança para discutir a
melhor ação com o Líder. Há ainda situações, como na decisão de demitir um
subordinado por exemplo, em que a Liderança é autocrática, pela situação, pois,
é incomum questionar um subordinado que será demitido se concorda com a sua
demissão de modo a reconsiderá-la caso ele discorde.
Pode ainda o Líder tomar uma
decisão autocrática sem ouvir sua equipe em situações emergenciais por exemplo,
neste caso a situação é específica para isto.
Da mesma forma, esta Teoria é
praticada quando o Líder cede autonomia a um liderado de forma democrática, visto que este já detenha bastante
experiência e maturidade na sua carreira.
Existem ainda, teorias mais
contemporâneas, as quais trataremos a seguir:
Uma delas é a Teoria das Trocas desenvolvida por Hollander em 1964, que
procura compreender as expectativas de cada liderado, e a forma com que a sua
Liderança corresponde as mesmas, assim, nesta Teoria para se exercer a Liderança,
deve-se conhecer as necessidades específicas de cada liderado e buscar atendê-las,
pois, de nada ignorá-las ou mesmo atender outras necessidades que não atendam às
necessidades de cada liderado.
Um exemplo prático da falta de
observação desta Teoria, ocorre quando se concede por exemplo, um plano de
saúde hospitalar completo a um liderado solteiro e jovem, que tem a expectativa
de cursar ou voltar a cursar faculdade, e não tenha condições para pagá-la.
Outro exemplo é quando se fornece um plano de previdência privada aos
colaboradores de uma empresa, sem ao menos fornecer Vales Refeição que é uma necessidade
básica da maioria, senão de todos eles. São exemplos simples, mas que na minha
vida prática vi e vejo acontecerem em empresas sem uma política estruturada e
planejada de concessão de benefícios.
Temos ainda a Teoria Caminho-Objetivo
é uma Teoria que entende que para o exercício da Liderança, é preciso que o Líder
conduza, ensine e apoie a sua equipe de liderados no alcance dos seus objetivos
individuais de forma a compatibilizá-los com os objetivos empresariais.
Um exemplo da prática desta
Teoria, é quando um Líder libera um liderado seu subordinado de um tempo para
que ele estude para uma prova de faculdade, e depois, compense o horário de
dispensa. Ou quando, em comum acordo líder e liderado combinam a melhor data
para o gozo das férias individuais do subordinado, quando sabe-se que esta
decisão pode ser legalmente decidida unilateralmente pela empresa. São exemplos
simples, e que ocorrem no dia à dia dos verdadeiros líderes em algumas empresas
que prezem por Lideranças mais contemporâneas.
Barack Obama Ex-Presidente dos Estados Unidos: Imagem G1.Globo.com: |
A última Teoria Contemporânea que
vamos tratar nesta postagem, é a Teoria Neoclássica que é uma Teoria que
defende que a Liderança seja realizada de forma carismática e inovadora, o que
faz com que os liderados com ela se identifiquem emocionalmente gerando um
comprometimento geral no grupo.
É um tipo de Teoria que usa do
carisma do Líder para conquistar os seus liderados, de forma com que os
sentimentos as emoções que ele transmite, contagiem positivamente os seus
subordinados, que passam a segui-lo pelo afeto e confiança, algumas vezes até
forma cega, sem percebendo apenas as virtudes do Líder carismático,
desconsiderando ou ignorando seu defeitos, mesmo que estes prevaleçam sobre
elas.
O ex-presidente americano Barack
Obama, é um exemplo prático de líder da Teoria Neoclássica em aspectos
positivos, negativamente podemos citar Adolf Hitler, que fez uso desta Teoria
para o mal.
Existem ainda outras Teorias da
Liderança, tão importantes quanto as aqui discutidas, mas estas que tratamos
são as principais e mais usadas pelos líderes, ou ignoradas por alguns deles.