sábado, 15 de abril de 2017

A Competência de Liderança na História!

A liderança é uma competência humana para influenciar outras pessoas de modo que estas sigam as ideias, orientações e pedidos feitos por quem possui esta competência, que normalmente é inata, ou seja nasce com a pessoa, mas que também pode ser adquirida segundo alguns estudiosos, a partir de um intenso desenvolvimento humano da pessoa.

Quem possui a liderança como competência inata, já influencia as pessoas ao seu redor desde criança, e mantém isto nas demais fases da vida de um modo natural e algumas vezes até mesmo inconsciente, já aqueles que desenvolvem esta competência, fazem uso da mesma de forma consciente, pois, somente a consciência é que os leva a desenvolvê-la. Pessoas com a competência de liderança inata, mesmo já agindo assim inconscientemente, quando estudam e se aprimoram percebem em si mesmas estes dom, a passam a desenvolver a liderança tanto de forma inconsciente como consciente.

Neste texto, a ideia falarmos sobre a competência de liderança baseada em alguns fatos que história pode nos ensinar de como alguns líderes fizeram o uso desta competência, e ou mesmo líderes incompetentes fizeram o mau uso dela ou sentiram a da falta dela.
 
Júlio César o Grande General Romano com o seu Manto Vermelho
O célebre General Romano Júlio César em 52 a.C. durante a sua conquista na Gália, atual França, ao ver que parte de seu exército tendia a sucumbir ao ataque dos Bárbaros Gauleses em um dos flancos, vestiu o seu famoso Manto Vermelho e saiu do ponto seguro da sua fortaleza e dirigiu-se a um outro grupo de soldados, e ao invés de dizer-lhes ataquem, lhes disse sigam-me para o campo de batalha para reforçar a linha de frente.


Esta sua notável ação demonstrou a sua competência de liderança como um fator inspirador da coragem e da motivação para aquele grupo de soldados, mobilizando a assim a energia e foco dos mesmos para o combate. Já no campo de batalha, Júlio César partiu para o combate corpo a corpo com os Bárbaros Gauleses, demonstrando aos seus soldados que o seu líder estava e pelejava juntamente com eles, sendo reconhecido entre a multidão soldados romanos e inimigos bárbaros que se digladiavam, pelo seu Manto vermelho, o qual estrategicamente usava para se identificar frente aos seus milhares de comandados.

O resultado não poderia ser outro, a vitória de Júlio César frente aos seus inimigos Bárbaros Gauleses, que tinham 1/4 de homens a mais, mas não detinham a mesma organização romana.

Isto nos demonstra que um verdadeiro líder não apenas delega, mas também faz junto com a equipe quando necessário, assim, o líder deve apoiar e guiar a sua equipe em situações de crise, não ficando enclausurado em sua sala ou mesma apenas despachando ordens. Quando o líder, atua com sua equipe ele inevitavelmente, traz para ela uma energia positiva pelo seu exemplo de garra ao pegar junto na solução de um grande problema.

Também a história nos demonstra que o líder deve ser identificado por toda a sua equipe, conhecido por ela, por maior que seja, pois, somente assim, a sua liderança se espalha positivamente entre os seus liderados.

Na ciências militares estudadas por alguns dos exércitos atuais do mundo, em situações de guerra quando estes conquistam um território inimigo usam como tática a de minar qualquer foco de resistência, por menor que este seja. A linha deste pensamento reside que a resistência de hoje, jamais será uma fiel aliada de amanhã, e por isto deve minada. Além disto, esta doutrina militar de alguns países, também entende que a resistência pequena de hoje, toma volume com o tempo, e cresce podendo ser a grade resistência de amanhã.

Na história militar antiga em 9 d.C. temos exemplos disto, quando no Império Romano, o jovem príncipe bárbaro germânico Armínio foi aceito como comandante auxiliar nas fileiras do exército romano, aparentemente se tornando um cidadão romano que renunciava o seu povo, porém, Hermínio, usou disto para atrair três legiões romanas para serem dizimadas na chamada Floresta de Teutoburgo, a conhecida Floresta da Morte na Germânia, fato este que brecou o avanço romana pela Alemanha à fora.  As três legiões romanas foram atacadas de emboscada, num terreno desfavorável onde ficaram confinadas numa trilha dentro de uma floresta e impossibilitadas de usar as táticas romanas de combate com êxito.

Armínio, não foi um traidor nem de Roma nem de seu povo, pois, estando nas fileiras romanas as quais serviu com tanto comprometimento que até ganhou cidadania romana, presenciou a mão de ferro e crueldade com que o Império Romano tratava sobre os povos dominados.

Nesta mesma história temos o General Varo, que era absolutamente incompetente, inexperiente e petulante, incompetência esta que lhe levava a não aceitar conselhos ou ideias de quaisquer dos seus pares ou comandados. Isto na prática ocorre, quando alguns líderes são tão incompetentes e petulantes, que sequer assim se percebem, e se fecham para sequer ouvir mesmo sem aceitar conselhos e ideias e tão vaidosos, que a petulância chega a ser inconsciente, líderes assim, fulminam talentos e arruínam equipes e foi exatamente o que o General Varo fez, pois, suas ignorou conselhos de seus pares sobre a possível traição de Hermínio, e ainda levou três das melhores das legiões romanas para a morte, mesmo elas sendo compostas pelos mais experientes e habilidosos soldados romanos da época. Estas legiões eram vistas, inclusive, como a joia de ouro do Imperador Romano Augusto na época, mas não toda a habilidade e experiência de liderados, pode ser esmagada por um líder incompetente, e assim, foi por causa do General Varo.

Na realidade, quando um líder assume um posto, inevitavelmente cedo ou tarde sofrerá resistências em menor ou maior grau, sendo isto um processo normal. Assim, a exemplo da tática militar deve-se minar as resistências, mas de forma oposto à história citada, a arma não pode ser a dominação, mas sim a conscientização, certamente os Romanos tivessem tratado os povos dominados desta forma, o próprio Hermínio não teria se rebelado, mas se agregado de coração ao pensamento romano.
Mahatma Gandhi o Grande Líder pela Independência da Índia

Mahatma Gandhi, ficou mundialmente conhecido ao liderar o movimento pela independência da Índia diante do Reino Unido, através do princípio da não agressão e muito contribuiu para o alcance desta causa, mobilizando seu povo pelo seu exemplo e pela sua forma de protestar pacífica, ganhando mais adeptos. Gandhi entendia que retiros espirituais, passeatas e jejuns, por serem forma pacíficas de protesto obteriam maior reconhecimento, e assim, foi, tanto é que até os dias de hoje Gandhi é respeitado como um grande líder mundial.

Com sua grande paz e sabedoria Gandhi, pacificava conflitos entre as comunidades das religiões Hindu e Muçulmana da Índia antes da sua independência, dizem que apenas a presença do grande Gandhi já acalmava os ânimos de ambas comunidades com as quais ele tinha grande influência.

Isto demonstra que na história, o grande líder deve saber lidar com diferentes culturas, religiões, posicionamentos e diversidades e conquistar o respeito frente aos adeptos delas através de uma influência positiva e imparcial. Esta circunstância permite que o líder possa administrar e até prevenir conflitos, e era isto exatamente o que Gandhi fazia com adeptos de duas comunidades tão distintas, permitindo que seu povo vivesse de um modo menos hostil.

O grande sonho de Gandhi, o da independência da Índia foi conquistado em 1947, mas contrário a sua proposta conciliadora e unificada de um povo, pois, desta independência a Índia foi dividida em dois Estados, um Hindu que é a própria Índia de hoje e outro Muçulmano que é o Paquistão atual.

Aqui a história comprova que a divisão por diversidades não é o caminho adequado, mas sim a união e respeito as diferenças, tanto é que até os dias de hoje a Índia e o Paquistão são grandes inimigos, pois, deixaram de ser um único país com suas diferenças administradas por um verdadeiro líder, para serem dois países isolados e cujas diferenças apenas aumentam cada vez mais. Ambas nações hoje, são grandes rivais que já travaram três guerras e vivem em constante conflito e disputa pela Região da Caxemira, fato que este que levou ambos a uma corrida armamentista que tornou os dois países em potências nucleares.

Tivessem os princípios de Gandhi sido respeitados, e suas ideias e ideais disseminados certamente teríamos um único país que viveria em diálogo. Da mesma forma um líder jamais deve permitir e muito menos patrocinar a divisão da sua equipe, pois, a desarmonia só tende a crescer e os resultados que outrora podiam ser conjuntos passam a ser divididos. Infelizmente a realidade demonstra que alguns falsos líderes não tem a capacidade de unificar as suas equipes e muito menos de influenciá-las para administrar os conflitos entre as mesmas de uma forma respeitosa, imparcial e munida de bom senso.
Winston Churchill o Grande Estadista e Visionário Britânico

O grande Estadista, Winston Churchill, quando era o primeiro-ministro do Reino Unido em 1940, virou um símbolo da luta pela liberdade não apenas em seu país, mas também no mundo, ao proclamar a resistência britânica contra os intensos bombardeios nazistas da Alemanha de Adolf Hitler, energizando o patriotismo do povo britânico com suas palavras de que o Reino Unido era a grande barreira para que Hitler conquistasse o mundo, e que a resistência inglesa era a chave para a vitória da Europa inteira.

Churchill, como grande líder, conseguiu bem com suas palavras fortes e otimistas mobilizar o povo britânico para suportar os fortes bombardeios alemães em diversas cidades do Reino Unido, inclusive, em Londres. As bombas alemãs abalavam estruturas físicas de prédios, mas eram inabaláveis as estruturas mentais do povo inglês pelas palavras de seu grande líder. Esta liderança mobilizadora manteve o Reino Unido vivo na luta contra a Alemanha Nazista, que literalmente devastava a todos os países da sua volta, mas contra o Reino Unido não conseguiu tal proeza. A Europa quase que inteira sucumbia aos pés de Hitler, mas o Reino Unido insistia sem se manter vivo, e desta sobrevivência se gerou o caminho para a virada e posterior vitória dos aliados na Segunda Grande Guerra Mundial.

A história novamente comprova que as palavras sábias e bem produzidas e divulgadas por um líder, mobilizam liderados, mesmo nos momentos mais difíceis, assim, como se ao inverso for, os levam para um fracasso coletivo.

A competência de liderança também pode ser usada para o mal, e Adolf Hitler é maior exemplo mundial disto, pois, Hitler se tratava de um homem enfático, firme e persuasivo, que assim tinha uma alta capacidade de influenciar as pessoas, tanto é que possuía diversos e fiéis seguidores, mas usava a sua competência de liderança apenas para o mal.

Nesta linha, sendo a liderança uma competência, e que pode ser tanto inata, como adquirida, ela pode tanto ser usada para o bem como para o mau, e que em ambas situações as pessoas que fazem uso da liderança tem a mesma como competência, o que diferencia é a forma como mobilizam esta competência, portanto, pessoas de boa índole quando líderes lideram para o bem e pessoas de má índole quando líderes lideram para o mau. Em resumo, o uso da competência da liderança, tanto para o bem, como para o mau, depende da índole de cada um que a possui ou adquire.

Lembro que possuir liderança é quando nascemos com esta competência, que adquirir ela é quando nos desenvolvemos para atingi-la a partir da participação de programas de desenvolvimento humano como coaching, avaliações psicológicas, avaliações de potencial e outras estratégias de desenvolvimento de RH.
 
O simples fato de alguém atingir um cargo formal de liderança, não significa que ela vá verdadeiramente exercer o seu papel, se não possui ou adquirir a competência da liderança, da mesma forma que alguém que não detenha um cargo formal de liderança, também não ficará impedido de exercê-la se tiver tal competência ou adquiri-la. Existem muitos chefes, que por não terem competências de liderança são maus líderes, assim, como líderes informais, que mesmo sem cargos de chefia influenciam a muitos da sua volta.