Os programas de preparação para
aposentadoria dos trabalhadores das empresas são geralmente destinados à
responsabilidade dos RHs. Num RH bem estruturado este programa normalmente
envolve a assistente social e o psicólogo da empresa, mas na ausência deles no
quadro funcional, pode o programa ser perfeitamente conduzido por gestores de
RH bem capacitados, críticos e que tenham bom senso.
No entanto, um erro comum se faz
presente ao abordar-se tais programas, em especial vê-los como programas
aplicáveis exclusivamente a grandes empresas, que por isto estarão sempre
propensas a possuírem um bom nº de
empregados prestes a se aposentarem, mas, porém, este programa pode e deve ser
aplicado as políticas de RH de empresas de qualquer porte, apenas adequando o
programa o tamanho da empresa.
No Brasil a chamada terceira
idade é normalmente reservadas às pessoas com 60 anos ou mais de idade e possuímos
quanto ao tipo de afastamento das aposentadorias, aposentadorias com
afastamento definitivo de trabalho e aposentadorias sem o afastamento, na qual
o empregado mesmo aposentado continua trabalhando normalmente, contando com o
recebimento do benefício pago pela Previdência Social e com o seu salário pago
pela empresa. Infelizmente, por questões de econômicas e sociais, e normalmente
pelo baixo valor dos benefícios pagos pela aposentadoria, muitos empregados,
abrem mão do afastamento para o referido descanso e continuam mesmo assim
trabalhando nas empresas por longos anos.
Os programas de preparação para a
aposentadoria são necessários, pois:
- Uma vez organizada as futuras
aposentadorias poderá o RH de antemão se preparar para captar e selecionar
novos empregados para substituírem os que se aposentarão e pretendem se afastar
dos serviços, além, de permitir que estes sejam melhor capacitados pelos
próprios futuros aposentados para que ocupem futuramente os seus postos;
- Responsabilidade social da
empresa sobre os empregados que irão se aposentar com afastamento do trabalho,
de modo a prepará-los para conviverem com esta nova fase da vida.
Imagem colunistas.ig.com.br |
Normalmente a política adotada pela
maioria das empresas é começar o programa em no máximo 5 anos de antecedência
da aposentaria dos empregados. O programa podem abranger ainda empregados
aposentados, que não se afastaram da empresa e não passaram antes pelo mesmo.
Devem em paralelo devem ser
aplicados questionários e entrevistas individuais aos empregados
conscientizando os mesmos para participarem do programa, ainda que não tenham a
certeza de que se afastarão ou não do trabalho após a obtenção da
aposentadoria, pois, o evento pode contribuir para que esta decisão seja mais
consciente.
O programa de preparação para a
aposentadoria deve ter como objetivo a conscientização dos futuros aposentados
de que a aposentadoria com afastamento do trabalho não é o fim, mas o sim o
começo de uma nova etapa de vida para eles e jamais se deve buscar incentivar a
aposentadoria com o afastamento do trabalho, mas sim apenas orientar ao
empregado prestes a se aposentar à:
- Planejar esta nova etapa da
vida, vendo a mesma como uma nova etapa e não como um fim;
- Abordar assuntos legais da
Aposentadoria, em especial as Leis da Previdência Social que tratam da
concessão e pagamento de benefícios aos empregados quando que se aposentam;
- Quando a empresa possuir Plano
de Previdência Privada, os assuntos legais e administrativos previstos neste
tipo de previdência devem ser abordados, em especial as formas de saques das
participações dos futuros aposentados;
- Reflexão individual e coletiva
do significado desta nova fase da vida com aposentadoria e de como ficará a
vida de cada aposentado afastado ou não da empresa, permitindo com que eles
troquem com o grupo idéias, experiências e planos futuros nos encontros;
- Reflexão e orientação de
medidas para manter e aprimorar a qualidade de vida dos futuros aposentados com
afastamento, envolvendo, por exemplo, formas de lazer, caminhadas, ciclismo, visitas
a parentes distantes, etc;
- Reflexão sobre novas formas de
renda caso o futuro aposentado, queira se afastar do emprego, mas pretenda
continuar atuando noutro ramo, aí se incluem temas que podem ser abordados como
o empreendedorismo;
- Possibilidade da realização de
trabalho voluntário como desempenho social pelos aposentados e para preencherem
o tempo livre, neste caso, pode-se pedir o apoio ONGs com o envio de
instrutores sociais;
- Noções de planejamento financeiro
tanto para o aposentado que continuará trabalhando como aquele que se afastará,
assim, ele poderá organizar melhor a sua renda e reduzir as suas dificuldades
financeiras, podendo se envolver na equipe de condução da preparação para a
aposentadoria, neste caso, o próprio contador ou gestor financeiro da empresa;
- A nova interação social e
familiar que chegará numa etapa com maior tempo para quem se aposentar se
afastando do trabalho;
- Planejamento da saúde mental e
física do aposentado, a partir da orientação para check-ups médicos, exercícios
físicos e doenças mais comuns à terceira idade.
O programa é conduzido por reuniões
periódicas entre a equipe que gerencia a preparação com os futuros aposentados,
normalmente, com prazo mínimo mensal, e
realizada dentro do horário de trabalho em local adequado, preferencialmente,
uma sala de capacitação, pois, este programa embora tenha como foco maior a
conscientização, não deixa de ser também um desenvolvimento humano.
O programa de preparação para
aposentadoria deve possuir um acompanhamento e manutenção observando se seus
objetivos estão sendo atingidos e corrigindo seus rumos sempre que preciso.
Este acompanhamento deve se dar se possível até mesmo, após, as aposentadorias
com afastamentos do trabalho, permitindo que o empregado afastado possua ainda
alguns vínculos com a empresa como por exemplo, a participação em eventos como
festas de final de ano, excursões e principalmente manutenção do plano de saúde
de assistência médica e odontológica.
Pode-se ainda realizar
celebrações nas datas próximas aos afastamentos de cada grupo de aposentados
com vista a ritualizar a colaboração que deram à empresa enquanto empregados,
presenteando os mesmos.
Finalmente, PPA, programa de
preparação para aposentadoria deve auxiliar de modo imparcial ao empregado
prestes à aposentadoria decidir se irá se afastar ou não do trabalho, de forma
consciente e autônoma, dúvida esta muito comum na farta maioria dos empregados
cuja a aposentadoria se aproxima. Aos empregados aposentados por aposentadoria por invalidez e por aposentadoria especial, se faz obrigatório o afastamento do trabalho, ou a menos no caso da aposentadoria especial o afastamento a qualque tipo de atividade insalubre.