A
entrevista de saída, também conhecida como entrevista de desligamento,
se trata de um diálogo franco e aberto entre um entrevistador,
geralmente pertencente ao RH da empresa e um empregado que está se
desligando ou sendo desligado por uma demissão.
O
objetivo desta entrevista é permitir ao RH obter informações, idéias
e percepções a partir da visão de alguém que está de saída da empresa sobre
as relações humanas, clima organizacional, remuneração, benefícios, seleção,
treinamento, comunicação, estilos das chefias, etc.
A
entrevista de saída precisa ser feita com todos os empregados que saem da
empresa, sejam, eles demitidos sem justa causa, ou com justa causa, e mesmo
por pedidos de demissões ou por términos de contratos de experiência. Assim,
pode-se coletar a opinião do empregado sobre os motivos que lhe levaram a
ser demitido, assim, como as reais razões que levaram empregados a pedirem
demissão.
A
entrevista de saída ainda tem como objetivo fazer com que o empregado reconsidere
as suas percepções negativas em relação à empresa de modo há ao menos
reduzir as mesmas e melhorar a imagem da empresa.
Imagem administrandovoce.blogspot.com |
A
entrevista de saída deve ser realizada em local apropriado, uma sala
reservada, com boa ventilação e iluminação e livre de interrupções. O agendamento
da entrevista de saída deve dar imediatamente a seguir da comunicação de
demissão ou pedido de demissão do empregado, preferencialmente para
coincidir com o dia no qual o empregado retorne com sua carteira de trabalho e
demais devoluções que fará ao Departamento Pessoal ou RH, evitando custos de
tempo e deslocamento extras ao empregado.
Precisa-se
para um maior sucesso da entrevista de saída em obter dados mais significativos,
a conscientização do empregado que está saindo para a importância dela,
para isto deve o entrevistador esclarecer ao empregado que o objetivo da
mesma é lhe dar uma oportunidade de ser ouvido e de que a partir das suas
idéias e percepções serem analisadas futuras melhorias na empresa e que a
participação do empregado não afetará seu pagamento ou futuras referências
profissionais, pois, a mesma será sigilosa e os dados apenas
apresentados à diretoria via relatório (o relatório deve ser um resumo das
abordagens, sem a presença de palavras hostis pro acaso citadas pelo empregado,
por questão ética).
O
entrevistador deve ter uma atitude imparcial, evitando qualquer crítica ao
entrevistado, e anotando todas as críticas dele, mesmo que eventualmente hostis
com respeito e sem rebater ou dar conselhos, salvo se pedidos pelo
empregado. O entrevistador ainda deve ter uma postura de bom ouvinte e
procurar obter o máximo de fatos e levar todas as críticas que o
entrevistado apresenta para um lado construtivo.
A
entrevista de saída precisa ser realizada de modo estruturado num roteiro
com perguntas que abordem diversos itens da empresa como percepções
sobre as relações humanas, clima organizacional, remuneração, benefícios,
seleção, treinamento, comunicação, equipe de trabalho, processos de trabalho,
recursos ou posturas das chefias, além de idéias que o entrevistado que
está de saída queira deixar, assim como uma pergunta sobre o que ele acha da
empresa em termos gerais. Alguns profissionais aplicam entrevistas
livres, mas é menos comum.
Uma parte dos
entrevistadores ao realizar a entrevista de saída, preenchem o formulário em
frente ao empregado que sai sempre de modo fiel as suas posições colocadas,
podendo, inclusive, pedir para que ele assine.
Em minha experiência com entrevistas de saída, percebi que as entrevistas livres quando aplicadas ocupavam uma posição muito genérica e informal, assim, as entrevistas estruturadas via formulário ficavam muito formais. Pesquisando diversos modelos e com leituras criei um modelo híbrido de entrevista de saída no qual consegui alcançar os resultados que eu buscava, inclusive, informações do clima organizacional e da rotatividade de pessoal da empresa.
O
modelo que fiz foi criar um questionário com perguntas objetivas fechadas e outras
dissertativas abertas, com uma breve introdução em seu cabeçalho o qual
pedíamos que o empregado desligado ou que estava se desligando preenchesse e
assinasse. A entrega se dava quando este retornava à empresa para
devolver documentações finais ao RH da sua demissão alguns dias depois da
mesma, pois, aí o empregado já havia digerido melhor a saída e normalmente
estava mais calmo e menos triste o que favorecia uma maior ausência de
emoção em favor da razão no preenchimento do questionário.
Findado
o preenchimento, o empregado em seguida devolvia o mesmo ao RH, no caso eu
próprio e a seguir nos reuníamos numa sala fechada na qual eu realizava uma
entrevista livre e informal e em seguida abordava item a item da entrevista
estruturada com ele, entendendo detalhes do que ali estava escrito e
somando outros.
Nesta soma, o que chamo de modelo híbrido de entrevista de saída, pois, mesclo a entrevista livre com a entrevista estruturada, obtém-se as vantagens dos dois modelos e praticamente se anulam as desvantagens de cada um.
Para
isto é importante quando se desenvolva o formulário da entrevista de saída,
colocar nele uma breve introdução, que seja um modelo de fácil
entendimento e rápido preenchimento, pois, isto facilitar o aceite do
empregado para a participação. Além disto, deve-se ter o cuidado de no documento
sempre citar apenas entrevista de saída e não de desligamento, pois, a palavra
saída é mais branda. Inclusive, no diálogo com o empregado, deve-se ter no
palavreado sempre o termo saída ao invés de desligamentopor estas mesmas
razões.
Ao
final da entrevista de saída deve-se despedir-se do empregado, desejar-lhe
sucessos nos novos desafios e agradecê-lo pela participação. Findando isto,
se faz um relatório da mesma com bom senso e palavras adequadas (omitir
palavrões, substituir palavras agressivas por sinônimos, etc) e arquivar ou
enviar para a diretoria se for padrão da empresa.
As
informações das entrevistas de saídas precisam ser permanentemente tabuladas,
tanto quantitativamente, como qualitativamente e integradas as
informações das entrevistas de saídas passadas, assim, como receberem as
informações das entrevistas de saídas futuramente realizadas. Com
base nestas tabulações quantitativas e qualitativas, devem ser sempre criados
e analisados os indicadores e trabalhadas todas as melhorias possíveis, principalmente
as que reiteradamente se apresentam a cada entrevista de saída realizada.
Ainda
que algumas das entrevistas de saída possam eventualmente não atingirem todos
os seus objetivos em casos em que o empregado de saída se negue a falar ou
participar da mesma, ela gera mesmo assim um maior respeito do empregado
para com a empresa, pois, esta lhe deu o direito a ser ouvido.
Para
os empregados que saem
das empresas, quando convidados
a participarem de entrevistas de saída, sugiro que participem,
pois, isto pode permitir
o alcance de melhorias para os colegas que ficam e ainda permite que você possa ser ouvido,
ainda que a entrevista de saída na imensa maioria dos casos não mude a situação
da demissão e nem é o seu objetivo principal. Porém, você pode deixar uma boa impressão ao RH e como
alguém disposto a colaborar com as melhorias.
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